Eu conheço a alma pela sua ausência, que sufoca o mundo, me sufocando também. O mundo me sufoca mais do que o meu sufocar. Sufocar dá prazer à alma. Tanta alma para o nada, nenhuma para mim. Sufocar são lembranças, sendo para mim o que nunca serei para elas: um sufocar desesperado. A agonia é sonho. A paz é uma vertigem. A paz sem destino. Não posso abstrair o nada, ele não existe como pensamento, como espírito. É uma ausência esperada, faz bem essa ausência do nada, me faz encontrar a paz, que pensei ter perdido para o meu ser, somente para o meu ser, posso perdê-la, como um amanhecer da alma, que não voltará à realidade de sonhar. Sonhar apenas para ser triste neste inconstante adeus da alma.