Nada posso dizer da eternidade, tudo fica na narrativa do olhar. Quantas vezes, vi o que não quis ver. Nada posso ser para a eternidade, sem o meu adeus. A vida se vive no aprender. Aprendendo, desaprendo a ser. A poesia é o único destino sem volta, sem saída. A ausência da alma é algo ruim, que transforma o ruim em algo bom. Nada supera o nada. O nada é o amor absoluto, que se preenche até na dor. A dor de amar me mantém mais viva do que o próprio amor. O amor mata mais do que a morte. Viveria quantas vezes fosse necessário, para saber o que é a vida no amor que sinto. O olhar narra a si mesmo só, como se eu não fosse parte dele. A eternidade não consegue viver no ser, como a morte consegue. Tudo é amor. Às vezes, a totalidade destrói o amor, sem a imagem da vida. Foi numa imagem, que a vida surgiu, quer acabar com a minha imagem, pela infinitude da sua imagem. Por que a imagem tem que se definir como finita ou infinita? Não quero uma imagem, que sempre ficará perdida na permanência. A permanência me isola da vida. Não há permanência sem imagem, sem a falta da imagem do ser. Toda permanência é real, mesmo que ela seja apenas sonhada, faz tudo existir.