Blog da Liz de Sá Cavalcante

Não reconheci a morte

Não reconheci a morte, senti sua essência como uma poesia nunca escrita. Será que apenas eu percebo a realidade do amor? Amor é ausência, nunca presença. A presença de ficar sem o amor é o eterno. Se eu pensasse no fim, não haveria começo. A vida me faz não pensar apenas em mim, ser apenas um começo não me satisfaz. Se eu fosse apenas um começo, não escreveria. Pensar juntas, sem medo de ser feliz. A ilusão do corpo é o ser. Não vivo a ausência de amanhã, vivo a ausência de hoje. Ausências para sobreviver. O céu é a sobrevivência, a vida de Deus. Sou a ausência do sonho no sonho, poesia eterna. A esperança da alma é um fio solto de vida. O êxtase da falta de vida no sonho supre o vazio. Acalente-me de estrelas. As estrelas sobrevivem ao nada do ser. As estrelas derretem nas mãos de quem não lhe ama.