Blog da Liz de Sá Cavalcante

Quando o esquecimento se esquece

Nada foi esquecido como esquecimento, e sim como saudade. Saudade que traz de volta a alma, o amor, o pensamento, a ausência, o não pensar. Sou feliz no esquecer de ti. O esquecer aprisiona a alma, melhor esquecer sem a alma. Sou livre para ter alma. A poesia me aceita sem alma. A poesia tem alma, amor, para oferecer. Ofereço-me em amor, como se tivesse alma. Alma é feliz sem mim. Para a alma, sou uma distração. A alma não me leva a sério, acha que não sei sofrer como ela. Não há mudanças, há o ser no ser. A vida é que muda o ser, para melhor. Não há nada melhor que ser, por isso, até Deus é. Deus sempre é, nunca deixou de ser um ser. Escrevendo sonho com meu não ser. O sonho é um pedaço do céu. O que falta ao amor é o céu, é não recomeçar, mas deixar o fluir surgir como sonho. Nego o sonho como o céu por vir, em rasuras de sonhos. A vida precisa de erros, rasuras, misturar o sol com a vida, como um poema eterno, pleno de amor. Eu vou dar amor ao sonho. O sonho, mesmo envelhecido, está vivo pelo meu amor. Mesmo que sofra com isso, eu o amo, mesmo sem sonhar. Mesmo sem forças, estímulos. Sou louca por sonhar com a eternidade. Apenas eu sonho com a eternidade, até morrer de eternidade com a estrela mais linda nas mãos, morri dormindo, como se a estrela não fosse partir.