Blog da Liz de Sá Cavalcante

Parede de ar

Meu amor são paredes de ar, de solidão, onde o amor circula. A parede de ar é um sopro de vida, vendaval de sonhos. O ar fala pelas paredes de ar. Escuto a presença sem voz, como paredes sem ar. Não desliza ar, como se fosse bom amar. Como penetrar em paredes de ar, descobrir os segredos da alma. O ser é o ser do espírito, não do ser. É cedo para o ser, é tarde para o espírito. Esforço-me para viver, para ter o nada em mim. A perda do espírito é viver sem morrer. Quero sentir apenas meu coração a bater. As batidas do meu coração são como a realização de uma vida. A vida vive para sentir meu coração bater, como uma canção de amor. Soltei as rédeas da imaginação. Solto o ar na imaginação, como se a terra, o ar e o mar fossem imaginação, por isso, eternos para mim, de uma maneira que não são eternos para ninguém mais, da maneira como são eternos para mim. São eternos na minha alma. Eternidade, poesia triste que se perdeu, tornou-se alma.