Blog da Liz de Sá Cavalcante

Meu ser se essencia

A vida é apenas isso? Uma espera por nada? Como vou viver na essência se não há vida? A vida é infinita espera de viver. O viver nunca acontece, por isso, é amor. A presença é a única ausência que pode ser vivida. Tento captar o absoluto pela morte. A realidade não pode me dar um corpo. Um corpo se dá na alma. Nada foi alma para a vida. A vida leve se deixa levar numa eternidade mais perfeita que a alma. A alma é a imperfeição da vida. Não tem vida para a vida. Cuidar, amar, o que teria alma. Um dia a alma cuidará de mim. Vejo o realismo na falta de ser, não é falta de vida. O ser nunca saberá o que é ser, nem mesmo morrendo. Repartir minha alma com a poesia é um começo. Floresce a morte no meu desespero. A vida é inviável. Para salvar o nada, amei a vida um dia. A vida caminha no meu respirar. Não há o fim. Respirar é infinito, é como o vento. Sacudi o vento sem respirar, imagina se respirasse, perderia o vento sem respirar por mim. Respirar por mim não é respirar. Respirar é olhar o sol como o sol me olha. Assim, nasceu algo mais essencial que a vida: o respeito pelo nada.