Viver não é sentir, viver não é perceber que amo, é o amor. Me perceber, como lembrança da vida, onde eu o percebo. O olhar sem a vida é o infinito no meu amor! Meu olhar, meu ser, meu amor, minha alma, tem mais vida que a vida. Nada no infinito vejo como vejo a mim: me vejo nessa plenitude de ser! Falta na plenitude realidade para abandonar a morte. O ser vai além do que pensa, é, ama, por isso pode morrer eternizado no amor. O tempo enfraquecido pelas lembranças não é mais o tempo, passou a existir como dúvida, como ser! O ser sonha com o tempo inexistente! O ser é apenas o tempo deixado por alguém em alguém, que fez de si o tempo que se foi, a liberdade de Deus! A liberdade de Deus é a nossa liberdade! Não espero da liberdade ser livre, espero ser livre para amar a Deus! O querer está acima da vontade de existir! Tudo existe pelo desejo de existir, por isso o desejo de existir não é o ser! O ser é que faz com que o desejo de existir continue vivo! O ser não precisa do desejo de existir, para existir o ser não é desejado pelo desejo! A vida da eternidade é o seu fim! Por isso, quando eu morrer, pensarei no fim da eternidade, me sentirei morrendo junto dela, como se Deus pudesse viver de novo, pelo meu amor! Deus é um pouco de tudo, um pouco de mundo, um pouco de céu, um pouco de dúvida, de certeza, de dor, de alegria, de amor, de ausências! Mas me sentir em Deus é o mais puro, verdadeiro, intenso amor que posso amar mais do que a eternidade, mais do que o amor. Deus me escolheu para amá-lo, e eu o escolhi como sendo o significado da vida, do amor que sempre há no olhar eterno de Deus!