A lembrança faz surgir o nada. Há tantas tristezas no fim, que o nada não pode desaparecer como fim. O fim de si mesmo é amor. A tristeza não fica triste pelo fim, mas fica pelo começo. O desaparecer da ausência é respirar a presença que já existe em mim. Não adianta sufocar a ausência com presenças inúteis a ela. Cada um é o fim, é uma maneira de ficar. A vida permanece só, a ausência não é só. Apenas eu sou você e eu nessa ausência. Sei que não me deixou ausente na tua ausência. Vivo sem ti em uma nova ausência. A ausência multiplica o amor, ou é apenas ansiedade? A liberdade é ausência. Respirar presença, aspirar ausência. A morte floresce no corpo, na alma, em tudo que se deixa perceber. Floresce no jardim do recolhimento. O florescer cessa a alma. A lua se move ao morrer. Meu corpo é a lua de Deus. A razão do meu corpo é Deus.