Blog da Liz de Sá Cavalcante

Sagrada morte

A morte purifica o nada com a vida. Por isso, a morte é sagrada como um sorriso que não se entristece. O sonho sorri para mim. O último sol foi a morte de Deus. Deus é mais que lembrança. Deus é o que tenho dentro de mim. Deus vive dentro de mim. O tempo se foi em Deus. A vida criou um bom sentido para ela: Deus. Deus na vida, e o ser no ser, foi apenas uma fuga sem guerra. Mãos, de frágeis vidas, sustentam a morte, a curam. Água, cristal do ser, que merece admiração. Água de cristal, alma pura. Um sopro de luz abençoa a alma caída, revigorada. A luz do abismo é o meu olhar. Deixo as trevas me consumirem: é apenas mais um olhar meu. Quanto sofrer em olhar, por um olhar. Curto a lembrança da alma, como se estivesse no tempo vivido. A dor ilumina a luz, serena, como se fosse um anjo de Deus. Respiro luz.