Perder-me para me encontrar nesta perda, morrer nesta perda é uma bondade infinita. Deixo a luz entrar na minha vida. Nasci luz, fiz-me luz para amenizar o morrer, que recorre ao nada da luz que também é luz, que invade o oceano de lágrimas, que eterniza a vida em ser só. A bondade de chorar por amor é a vida do universo. Sem chorar não existo. Bondade, você existe? Este não saber me faz parar de sofrer. Palavras são apenas palavras que esperam por mim, sem solidão. O destino da alma é não perdoar o ser por ser. Tudo foi perdoado, menos eu ser um ser. Fui me desacostumando a viver, como um resto de sol dentro de mim. Alimento meu espírito de morte, apenas a alma renasce em meu espírito, sabe o quanto amo, faz justiça ao meu ser. O sol esquece o ser em seu amanhecer. Nada é eterno, tudo passa, essa é a essência da vida, de viver. Viver para o fim, no sonhar que ainda dorme por mim, como se eu estivesse viva.