Blog da Liz de Sá Cavalcante

O conhecimento do espírito

O universo é tão pouco para o meu amor, que me sinto diminuir de espírito, até morrer de amor. Não existe existência sem essência. O amor se completa no ser, mas não como o ser se completa, e é através do amor. Tenho que sentir totalidade nos meus fragmentos. Eles não reagem ao meu apelo, parecem inertes de si mesmos. A lembrança existe apenas no fragmento que me aproxima da morte, sem seus fragmentos, absorvendo o nada sem o todo. É preciso o esmagamento da alma para que eu viva. O encantamento da alma sou eu. Se eu chegar a ser, vou morrer, por absorver a vida, tê-la dentro de mim. É cruel morrer por não ser, mas morrer por ser é uma alegria, é melhor do que o nada. Como me lembrar de ser feliz? Ignorando que eu poderia existir. Não lembrar de mim é ter Deus profundamente na alma. Deus recebe de si mesmo o ser, que não o recebe, mas o tem por viver. Viver é o conhecimento do espírito, que se faz ser. O ser é o lado desconhecido do espírito, que apenas o ser conhece. É o ser. Minha essência é meu ser sendo recebido por Deus. Deus me abraça tão fundo, que suga minha tristeza. Ainda me sinto só, como a esperar o nada. O nada não me quer, pois me ama. Sua renúncia me faz sofrer mais do que amá-lo. Saber é amor. Saber é viver no que sei de mim. E se eu não souber, o que importa é Deus saber, infinitamente por mim.