O tempo virá como alma para o inesquecível de ser. Não há vida nem morte: há o ser. A morte é mais sagrada que o amor. A morte queima por dentro de mim. A música não canta, exala vida. A espera são flores do que já existe. Ainda chamo de vida o que existe, mesmo não sendo vida. A vida é o meu universo. A alma não existe, não tenho como amá-la, mas a vida a ama por mim. Se o amor for o universo, não existo mais. O tempo é o universo a se fazer poesia para mim. O amor, para ser amado, precisa de poesia. O sol, sombra da morte, aparece feito alma. Vivo pela falta de lembranças, como o sol a se esconder no infinito do meu olhar.