Os movimentos da alma são como rios de pensamentos. O pensar consome a alma parado. Distribuir a alma multiplica a alma em mim. Viveria mais no infinito sem alma como um momento decisivo de vida. Fui feliz sem viver. A vida seria melhor que a própria vida no amor. O sentir da vida é o meu corpo, por isso, não pergunto por mim, estou onde meu corpo está. A inessência se faz vida. O fim é a presença da vida. Quando o fim não acontece, o nascer não diz adeus, se despede num até já. O momento de partir não é o seu fim, é o nascer absoluto, corpo cravado na pele pela imensidão do olhar da solidão. O olhar da solidão se desfaz em pele, em morte. O filho da vida é o futuro. A vida é o amor que não tenho em mim, por isso mergulho na vida sem a superfície do agora, que cessou o amor, por eu viver na profundidade de mim. Mergulhar na secura da imensidão é morrer infinitamente, na companhia eterna do nada. O que me marcou nessa alegria foi essa letargia sem sol. A alegria sem significado é o sol. Vesti-me de sol, como quem encontra a alma no sol, inerte, como se seus movimentos fossem o desaparecer da vida, completando seus movimentos sem os movimentos. Rios de pensamento para cada movimento seu. Vida, que é a conquista de um adeus sem nome, anônimo. Os movimentos suspiram até morrer, eu fecho os olhos para mim e os abro num começo infinito.