Blog da Liz de Sá Cavalcante

A distância da vida não me une à alma

A escuridão pertence ao nada, me une à alma. Deixa a saudade embriagar o ar de pedra para a saudade não partir na brisa do esquecimento. Deixa o ar voltar pela saudade de ser alguém. Deixa vibrar a ausência de vida. Cheguei sem partir. O céu partiu nas cores do perdão. Chora, vida, que o imperdoável continua no silêncio acolhedor. Para acolher o acolhedor, é preciso saber o que dizer à vida, em plena solidão. Nenhum momento é só, o ser é só. A falta de mim é o infinito me abraçando. Não há infinito sem o meu adeus. Minha presença é alma. A melodia da minha presença se cala numa canção infinita: é como não ter vida nem morte. Sou pura alma que me encanta, como uma presença alheia a mim, este é meu caminho, de alma, de amor, onde sou tão feliz, que deixo meus sentimentos. Na alma, para ser feliz, no nada do esquecimento, onde tantas vezes fui alma: sou um nada feliz, que expande o universo, onde me encontro despida de vida, sendo pura e simplesmente o nada que penetrando sua morte, descubro que, mesmo sendo nada, sou a mais feliz de todas: não tenho esperança, pois me entrego à alma, sem o fim. Quer alegria maior? Tente amar como minha alma, e tudo será perfeito, até não te amar é perfeito. Enfim, eu!