Blog da Liz de Sá Cavalcante

Entrelaçamento (confundir, misturar)

Confundo ser com ter alma. Me misturo com a alma, com o meu fim, mas meu fim não se mistura comigo. Como pude viver na paz da falta de alma? Sinto o cheiro da vida na minha pele, perfume de Deus. Nenhum fim é feliz, até o fim da morte é triste. O entrelaçar da pele no corpo, como se me fizesse viver. Para que viver se posso me misturar, me confundir com o nada? Nada se confunde ao me misturar com o nada. A vida, com o tempo, piora, e a vontade de viver aumenta, como se eu ganhasse o céu de presente pelas minhas lágrimas de amor. O nada torna-se morte, sem que esse entrelaçamento fizesse algo para impedir. O amor repousa dentro de si, o fim é apenas não repousar dentro de mim. O fim busca descanso no amor. Há algo que posso fazer pela culpa de não ser amada por ti: não morrer. Perco tudo pela aflição do tempo que me restou.