Tudo aprendi pelo nada. O nada é o renascer da alma, que faz amanhecer. É mais difícil amar que não amar. Cavalga meu pensar em sonhos. A vida, nas chamas das trevas, me esfria de amargura num beijo doce que a noite me dá, como se possuísse minha alma em sonhos, ainda em vida. Mas a noite pode ser minha alma, num silêncio inoportuno de ser alguém. Ninguém pode cessar a noite, como se o vento emudecesse e cessasse a alma com seu silêncio. O silêncio da alma é a eternidade do que vejo. Ver é não ter alma. A eternidade não necessita do seu fim. O fim que abraça o seu nada não é mais fim. Fim é falta de amor. O amor que vem do olhar é o fim sem fim. O fim é demora, a falta de um adeus. O começo do fim é o nada, o fim do fim é o nada. A tristeza no meu olhar é amor que me salva.