Pelo sol, amo. O sol necessita das estrelas, que não são sonhos do céu. Escondo-me na luz para não ver a vida. Seria necessário um esforço mais do que humano para viver. A vida, sem esforço, não é vida. Nada tenho sem esforço até a imaginação, é esforço do meu sentir. Sentir me faz esquecer de mim. Eu nunca sonho como o sol: eu deixo o amor chover em mim. Não importa se a vida existe, para mim, ela existe. A consciência não é consciência, é o nascer do nada se expondo ao infinito mortal. A alma é um desamparo de tanto amor. Rio, pedra, mar, é a mesma vida, o mesmo amor. Meu ser não depende de ser, pode ser qualquer coisa que não é. Ser algo é para principiante. A luz que não posso ver é escuridão, que me transforma em realidade. O sonho é a realidade de Deus: é Deus! O desassossego de sentir a alma é o cessar do amor.