Blog da Liz de Sá Cavalcante

Medo em palavras

Será o amor necessário? Ou será que ele me deixa com uma falsa aparência do possível? Nada é possível na aparência. Ela é como um passado inexistente. Tudo é o passado, por ele não existir. Falar é o que torna o passado esquecido. Não falo por mim, falo como se eu fosse meu passado. O medo das palavras é medo do passado. As palavras me punem com o seu amor, que não é o passado. O passado da alma é nascer isenta de alma, sem alma. A luz é o amor, mas não é o destino do amor. A morte da minha alma sou eu pedindo perdão a Deus por morrer. O amor são cinzas da alma. Quero ir até a imaginação do meu corpo para ser a imaginação do meu corpo até morrer, num amor tão imaginário quanto o meu corpo ao morrer, sem o imaginário da imaginação, eu sendo a minha imaginação, como um respirar de alma. Não tenho mais medo das palavras, elas me reinventaram sem morte, sem imaginar. Apenas assim eu me sinto viver. Às vezes sinto falta de imaginar como um mar que parou na minha consciência para que eu volte a mim. Sempre espero por mim, na vida, na morte, e assim não necessito me imaginar. Enfim, existo.