Rasgando-me para não me dilacerar, percebo que tenho esperança. Vesti-me de luz na escuridão. Toma minha luz, carregue-a dentro de ti. Menos luz, mais corpo para a escuridão da morte. Nenhuma luz, ilumina-me apenas a escuridão. O silêncio se impregnou na alma, excluindo-me das palavras, que ainda gritam por mim. Segredos são inconfessáveis até no silêncio. Rasgando-me sem que me costurem. Da costura, não ficam retalhos de mim. Eu fui até a alma, onde não podem me costurar. Eu nadifiquei sua consciência com meu amor. Amo é a sua ausência, que me descostura. Amo o nada não silenciar o que digo. Meu amor, é o que falo sem ausências. A alma é a ausência da vida noutra vida, que não é o além, é apenas o amor que tenho para dar. Daria mais que o meu amor para a vida, daria minha alma. O que foi esquecido viver, fez-se amar. Morrer é como um amor que nunca vem a mim, mas existe na minha morte. Morrer, riqueza do espírito. Nada quis da morte. Rasgando-me para não morrer. Alma não cuida, mas ama. Morrer ou não morrer, é apenas ser.