Blog da Liz de Sá Cavalcante

Não posso te ensinar que existo

Depois que a vida foi perdida, o meu amor ocultou seu amor, o escondi em minhas lágrimas. Não era amor, era apenas eu! Cansei de trazer e levar esperança, quero afundar no abismo de mim. Minha fé é esse abismo, eu fui até mim sem mim. Fale-me qualquer coisa que me faça viver, antes que o silêncio seja a vida que me pertence. O espírito, ignorância do meu ser, mostrou-me ter junto de si minha alma morta. Fingindo viver, desfiz as poesias do meu amor. Quero curtir o sofrer sem sentir prazer nele. Pertenci ao nada. Escuto a morte na ausência do vento. Nada é pior do que escutar a morte sem a minha alma perto. Minha alma é surda como um vidro despedaçado. Mas meu ser te escutou, morte, sem minha alma. Onde estou? Na alma que morre, a cada instante, morre de mim.