O amor destrói a alma a amando. O amor é um sonho. As leituras me sufocam, não as compreendo, não leio, sonho. A alma é a leitura do amor. Não há amor sem palavras. Tudo no amor fica a desejar, pois o ser é indesejável a si. Apenas as palavras compreendem e aceitam o ser no sofrer. As palavras mergulham em si, onde não há ser, há essência. Não posso morrer me envolvendo emocionalmente com a morte. A morte não morre. Pensei ter encontrado as palavras nas minhas poesias. Primeiro morri, depois flutuei. O olhar é magia. As palavras saem de si não para a vida, mas para a dúvida. O ser não existe, foi tirado de si por si mesmo! Não é o amor, é apenas ser. O ser de uma essência tem fim, o ser do ser é infinito, por isso inessencial. Pela morte, eu olho a vida como sendo a eternidade do meu ser. A morte completa a vida. Pior que morrer é morrer junto de alguém. Corpo e alma são uma forma de deixar de sentir. Eu vivi a alma do meu olhar. Deixar de ver a vida para pertencer à vida. O fim é mais essencial que a vida. O amor se torna um ser. Não há individualidade no amor. Escuto a distância do amor no infinito de mim. O infinito de mim não é o meu fim.