As ideias claras são apenas desejos nocivos à alma. As mortes concretizam esses desejos sem ideias, que não vão nem até o respirar de mim. Eu desconfio do respirar de desconfiar, desconfio de mim. As palavras perfuram-me por dentro mais do que a dor. Não há saudades, faltas. Há vida, há o silêncio para a realidade ser maior do que ela mesma. Um dia, tudo que escrevo será realidade, todos vão chorar sem medos, consolados pela própria existência que somos nós. Queria escutar o silêncio como se ele fosse seu, mas se o silêncio fosse seu eu, gosto até, mas você ser o silêncio de tudo congela minha alma. Não sei se quero saber da vida, de você, do abismo que me tornou. Eu consegui escrever vivendo, foi a coisa mais linda, perfeita, construí só para tentar te esquecer, assim como me esqueci da luz da minha consciência. Esse esquecer é a luz do meu amanhecer. Nele você nunca está.