O mundo é um adeus sem vida, é o mundo em um adeus. O amor se vê, ouve-se no tempo do silêncio do nada, e assim sinto o nada: por amor. O amor é a falta que meu ser não faz para mim. O ser não pode se esconder nas palavras, que compreende apenas só, que a palavra é vida. Não dá para acompanhar as palavras em sua solidão. Sinto apenas minha solidão. As palavras fazem esquecer minha solidão. A solidão são apenas palavras? Estou confusa. Existe algo sem palavras? Onde deixei o amor, não há palavras. Não sou livre, sinto-me livre em cada palavra, ser que nasce na minha alma. O amor da vida não faz nascer a vida. Ausências são vidas que não foram divididas nelas mesmas. A presença é a separação da vida com seu amor. Separar une o que na vida não pode existir. Amo a ausência, que traduz a realidade sem ausências. O mundo é a ausência de Deus. Nada se fala sem ausências. A ausência é a presença de Deus. A alma nunca muda. Ela devia se transformar em ser, amor, vida. Apenas assim, haveria permanência na alma. A permanência dura tanto no meu respirar que perco o ar, a vida, na permanência. Respirar fala de alma, por isso tenho medo de falar em respirar. Ser desleal com o amor, apenas em respirar. Há lembranças que amam, agem, sentem sozinhas o que o ser devia sentir. Respirar é se lembrar da alma.