Blog da Liz de Sá Cavalcante

Plenitude cega

O que foi perdido em amar torna-se alma. A plenitude deixa minhas lágrimas serem meus olhos. A cegueira cuida de mim, é como ver teu sorrir no que não vejo. Não vejo para ser cega, de alma, amor, assim poderei conduzir a cegueira da plenitude. A plenitude cega são meus olhos. Anos de esforço para não ver a vida, ela se vê na minha cegueira. Nada vejo, apenas amo, sem saber o que amo, sem nunca ver o amor. O estranho é familiar. Sem a alma, a plenitude vive. A morte, distância do amor, necessária para refazer meu ser na morte. O tempo é o fim do amor. Nada sonhei dos meus sonhos, espero que o sonho se torne vontade de viver, assim como o mar devolve a terra aos meus sonhos. Plenitude cega, se eu te visse, ainda serias cega? És cega por quereres ser cega? Quero apenas morrer nessa plenitude de ser. O movimento do meu corpo deixa a morte em êxtase. O corpo não sabe morrer. A alma resgata o corpo no nada. O vento, alma do tempo. O sorrir esmaga o vento. Escolho a vida pela cegueira da plenitude. Tudo falta na plenitude.