Morte, erguendo-me nas minhas lágrimas. As súplicas são a frieza da vida. A dor não se machuca, é como se minha dor se perdesse em minha tristeza. Tristezas são cavilações da alma. Rezo pelas súplicas da alma. Que elas não se percam sem o céu das palavras, sem amor. Suplico apenas por palavras, que elas me digam quem eu sou. Sou nas palavras o que não sou em mim. Mas, mesmo assim, sou o que falta nas minhas palavras, como manusear o nada com amor. Cadê minhas palavras, quando posso senti-las? Tornaram-se o infinito de mim, onde apenas as senti nas minhas poesias. É como se se tornassem mais infinitas que a vida. O sol, as estrelas se ajoelham em poesias. Poesias são flores que não se plantam, cultivam-se, amando a poesia mais do que a mim. A poesia é a minha única realidade. Até as cinzas de uma poesia podem construir uma vida. Não há vida sem poesia. As cinzas do silêncio são o meu interior preenchido como cinzas do silêncio. Seguro as poesias, sem minhas mãos, como se fossem as mãos de Deus, levanto-as bem alto, tremo, assusto-me, são apenas as mãos de Deus acariciando o meu amor.