Blog da Liz de Sá Cavalcante

A inconsciência não é um adeus

O sol é a igualdade do amor em todos, numa inconsciência, que não é um adeus, onde dou mais valor à vida e à morte, apenas para ver o sol mais uma vez. Ver o sol, com a razão de morrer, para amanhecer em mim. Não me esconda de você sem o sol, que tudo encontra e arde como sol. Os abraços aliviaram a alma, como se pudessem viver por mim. Meus abraços vivem por mim o respirar dessa saudade, onde o ar não importa. A saudade devolve meus abraços ao nada, à morte. A morte é apenas saudade, falta de um amor, que é amor apenas imaginário, mesmo assim não me engana. O amor é apenas a falta que faz amar. Deixe o sol desaparecer, para ser consciência de tudo. O nascer desperta o sol, como sendo o desabrochar da saudade. A saudade é a harmonia de quem já morreu. A vida é a desarmonia da morte. A vida é a dor da morte. A morte faz a vida feliz. O tempo não me faz sentir saudade de viver. A inconsciência não é apenas o adeus da liberdade. Encontrei-me na minha inconsciência, é minha maneira de não esquecer a vida. Esqueci coisas mais difíceis que a vida, esqueci-me de morrer por causa de um adeus. Ao menos ficou seu adeus em mim. A inconsciência é como ter a vida, saber o que dizer à vida. Nasci de diversas maneiras, sou filha do silêncio, das palavras, mas não quero ser filha do seu abandono, queria ser filha de você, que, com seu abandono, abandona-me. Queria sofrer com seu abandono, mas ele não sou eu. A inconsciência não é um adeus, mesmo assim me abandono, para não ser abandonada por você. O abandono nos mantém vivas, para termos esperança de amor.