O nada fala por mim? Se o nada falasse, seria a descoberta do infinito em palavras. Quem é nunca diz ser. Ao falar, o nada demonstra ser alguém, alguém para o que diz. Se o nada fala, eu não preciso falar, como se eu fosse a fala do nada, pelo nada. Renunciando-me pelo que falta em ti, que nem pode ser a fala do nada, que preencheria o meu vazio. O amor não preenche a vida, não quer se afastar de sua morte espiritual, que iria clarear o amor. A escuridão do amor é a essência positiva universal, dando vida ao amor, cessa sua essência. A essência da falta de amor é quando consigo abraçar a mim. Sinto meu abraço, num amor que não é amor, é carência pela ausência de alma. Resignar é não sentir falta de si, mesmo sendo alma. Se o nada falasse, o silêncio seria mais perfeito que a vida. O nada se cala, sem ausência, sem sofrer, sem dor. Pois ele ainda me tem cada vez que me atormento, precisando do nada para escrever, como se o nada fosse meu.