Sinto falta do silêncio, inexistente como eu. Nossas inexistências se misturam. Posso viver a inexistência do silêncio, mas não posso viver minha própria inexistência, nem minha própria inexistência é minha. Mas esse levitar de emoção é o meu eu puro, sem influência da vida ou da morte. A morte, motivação de viver, descansa eternamente, no esquecimento de mim. Não preciso lembrar, o esquecer une, e reúne, o amor, a vida, a morte, o ser e o nada. Preciso apenas esquecer tudo para ser eu e não começar de novo a vida, o amor, a morte, o ser e o nada, que comecem sozinhos sem mim. É tão perfeito, reconfortante, o esquecer. Quero que o amor, a presença do esquecimento, dure para sempre, até que o levitar me faça voar, para um esquecimento maior do que o meu esquecimento, maior que tudo, mas não quero esquecer que morri.