Blog da Liz de Sá Cavalcante

A inocência de não pensar

Deixar de viver é segurar uma estrela, como se eu tivesse o céu e eu fosse o infinito do céu. Corri, sem sair do lugar, como se eu tivesse alma. Os abraços perdem a alma, como se não tivesse partido. Estou vazia, sem amor, ser ou alma, por isso não quero morrer, não vou morrer por me esvaziar. Ver sem o vazio de mim é ser cega. O vazio é o olhar além do vazio de mim. Pinga, sol, no meu vazio. Aceitar viver o vazio é como ter o sol, como imaginar. O desaparecer eterno do sim. Sou feliz onde possuo alma, no sim ou não de mim. Não posso falar da vida com a minha alma. A alma é o absoluto da imaginação do meu ser. Se não posso imaginar, improviso abraços inesperados. Existe algo sem imaginação? Imaginar não é consolo de ser. A realidade sonhada é a alma. Se eu deixar as palavras serem a alma das minhas mãos, não necessitarei mais de um corpo, apenas de mãos. O meu corpo não sofre tua ausência. Não há ausência em ti, há meu corpo no teu, mas isso é morrer. Morrer na falta de amor, de ausência.