O sonho precisa ser livre, como um suspirar doce de mágoa. A plenitude são minhas faltas, onde não posso me preencher. Fecho os olhos quando amo, quando sou ausência. Nada pode existir diante dos meus olhos, para que eu sinta a sua solidão na minha. Não terá do meu corpo, da minha alma, a sua solidão. Queria morrer, não da morte, mas de mim. Morrer é lembrar. A incapacidade de amar é o olhar sem vida. Para tocar-me, esse ver se emociona. Ver me toca, seduz. O nada é a falta de solidão. O nada nasce, como sendo meu filho, que não tive dentro de mim. A poesia nasceu de mim, mas não é minha filha. O sol nasce como poesia. A morte não me liberta. Deixar a solidão no vazio de mim é como não ter céu, é como cessar-me. Mas cessar é como o céu.