O nada perdido não foi perdido. O nada é referência de tudo. O sentir das lágrimas é o tempo noutro tempo que não alcançarei, pois sou órfã de mim. Se eu vivesse no meu tempo, a vida cessaria. Tempo é o que vejo pelo meu imaginar, existe no meu imaginar, onde não existe saudade de mim. Meu corpo é a saudade saudável que tenho de mim. A saudade é superior à vida se for saudade de amor. A saudade é a união de mãos que se conhecem em outras mãos e já não se sabe as mãos de quem é. Só reconheço minhas mãos noutras mãos, onde não falamos, mas tudo é dito e renunciamos com as nossas dores. Não sei que mãos terei ao morrer, porém sei que seguro tuas mãos ao morrer. Percebo que nada perdi. Tudo está dentro de mim, como está nas tuas mãos de mim.
