Como punir a alma sendo feliz? Não vou cuidar da alma, nem de mim. Vou apenas esperar um abraço, mesmo sem mim. A alma tem fim, o abraço é infinito. O sentir une o abraço e alma, ser e não ser, fugir e ficar. Fugi de mim em um sopro. O infinito é um sopro. O que não delira não tem consciência. Conheci a vida antes da vida. O infinito é o complexo de ser. Sentir a leveza do nada e o substituir pela realidade apenas para a vida não ser só. O som da vida é imaginar. Basta deixar a imaginação em silêncio. Nada falo às flores. A fala é um abraço. Imaginar tira a pele da pele. Deus é a pele do espírito, que se renova no perdido. Não consigo morrer até o fim. O silêncio enlouquece só e sorri. O concretizar da alma é o fim da alma. O fim da alma é o outro em mim. O corpo é um ser, a alma é outro ser e eu sou o mergulhar do fundo do corpo para a alma. A alma escorre, lembra, solidifica-se em uma imaginação superficial, como a vida. O Sol se desbota sem chorar. Chorar é o fim do tempo, começo do ser. Nada supera o fim de uma vida inteira. O fim não pode ser apenas fim.
