Convivo o nada. Vida é transcendência. O amanhecer é uma solidão primitiva, que imprime a morte na alma. Alma, solidão dos mortos, onde eles não descansam, exalam dor. Como escrever solidão? É inexplicável. Nem a alma consegue. Sofrer não me deixa só. Eu me deixo só. Sou só por ter esperança. O mundo é real no meu sofrer. Convivo com meus pensamentos fora de mim. Nada me tem nos meus pensamentos. Tenho medo de deixar de pensar. Pensar na alma, onde me perco toda. A vida é as oscilações da morte. Mudar o sentir da morte torna a vida eterna. A morte não se decide sobre o que sentir. Parar é continuar. Sem mudança espiritual, apenas areia e vento. Estrelas de brilhante, a voz do céu. Minha alma murcha, ela se anula. A alma é o fim de si mesma no que me faz ser. O fim é a vida de Deus, do amor, é a falta de mim. Não consigo ser o fim que já sou. Fim e esquecer é uma natureza morta. Sentir é parar o mundo na natureza de ser. A natureza é o ser depois do ser, é amor, é relativo.
