O silêncio, carência de Deus. Sou feita do deserto da vida. Clareio o Sol. Rareia o Sol. Afasta-o do nada. O semblante virou água. O olhar ensina a viver. A luz afunda o olhar. Apalpando a vida, resgato meu olhar sem luz. A luz é o não saber da consciência. O céu é a falta de morrer. Nada me separa da distância das minhas mãos. Mãos que dão vida aos que não têm. Isso é poesia. A carência aumenta na poesia. Na poesia sequer sempre mais.
