Vivi mais do que a eternidade. Sofro e amo mais do que ela. Este atordoamento do nada são as minhas entranhas. O ser é o começo da alma. O espírito é o pensar da morte na minha vida. Vou perder o espírito antes de perder a consciência. Nada pode ser feito na minha consciência. Mesmo que ela seja perdida em nós, você não tem acesso a ela. O ser da reflexão não existe. Existe apenas um respirar vazio, que transcende no nada, até respirar profundo o seu nada, para ver meu interior, pois entende mais do que se pudesse pensar. Pensar, ausência infinita que me deixa eterna. Pensar é imaginação do meu fim. Fim de quando falo, de quando silencio o fim, mas não silencio a minha voz. Teu agir não é a minha voz, é a tua ausência em ti. Em mim, a ausência está viva, como vida. O vir a ser é a morte no não ser. Nada se põe entre a morte e eu. Nunca seremos nós. É apenas eu, sem a morte. O fim da minha alma sou eu.
