Não existe necessidade, mas sim amor. Preciso aprender a sentir falta do Sol a amanhecer de mim. Sou sem o tempo. Meu tempo é o meu fim sendo eu. O fim não é o tempo, é a memória sendo lembrada com amor. O fim é a lembrança eterna que está em mim até na morte. O fim faz a morte ter lembrança. Fim e morte são diferentes. A necessidade do tempo não é a morte, é o fim. O fim é a vida do meu corpo. O tempo é o que acontece no ver das coisas. O não acontecer é a eternidade do ver do ser. O corpo adoece sem o tempo, como o nada. O nada no corpo cura o corpo. O corpo é a falta de lucidez em viver. Vivo em um amor sem corpo, sem alma. O corpo define meu ser. O ser muda sem o tempo e a falta de tempo o faz viver. Assim, existo por mim. O ouvir inexistente é a permanência do tempo, onde nada posso criar, tudo se transforma só em poesia.
