Blog da Liz de Sá Cavalcante

Resistência

O sonho é resistência da alma. Nem mesmo o dia é como a alma, nem o Universo é como a alma. Quando falta algo em mim, é minha presença em mim. Sabe o que é ter presença? Presença são oscilações da alma quando a alma encontra seu lugar. Alma é uma maneira de crescer. Crescendo perco a alma. Vivendo, a alma não me sente. O eu interior da alma é o nada, é voar no nada. O eu interior é sem o eu da alma. Alma é suicídio, é fatal. A alma é um milagre. Pela falta conheço a vida, admiro-a, conquisto-a. O que falta não falta, fica dentro de mim, sem necessitar de alma ou faltas. Eu vivi o necessitar da vida. Como se fosse uma necessidade minha, aprendi a viver. Fiz de mim o teu viver, saudade de mim. Vida, negaste o céu, mas não a mim. Sou teu céu. O céu murchou, o céu estendeu-se em sonhos. Sentir o céu sem morrer ou viver. Sentir o céu é dividir minha alma com o céu. Sem ser no céu, recupero o céu em ausências. A ausência é o céu e eu canto o céu na poesia. O pó é meu corpo. Nada se deixa no nada. O nada é como a voz de Deus. Deixo o nada sem o nada. Deixo-me levar sem o nada. Aonde estava antes? No nada ou em mim? O nada é o único ser de si mesmo. O céu está cheio de ser, ansiando o nada.