Blog da Liz de Sá Cavalcante

Alívio de amor

É alívio morrer. Morri ao voar sendo borboleta do destino, fazendo do céu o meu coração a bater, como um pássaro sem asas. Descobrir o descobrir com todo o Sol dentre de mim. De Sol em Sol chego até a vida. A vida é o que fica de mim, em mim, mesmo morta. A aparência falsa da morte não é a morte. Confunde-se com o futuro da morte, que é um abraço imaginário onde sinto pleno meu amor. O amor é uma vela que não se apaga. Sem caminhos, sem direção, apenas é uma sensação inexplicável, que explica o porquê de eu estar viva sem noção do tempo interior. A lembrança fica triste ao ser lembrada. O sonho é lembrança da alma. Dentro da sensação, a morte é minha memória viva. O ser não pertence à realidade. Ele é humano, sem realidade. A entrada para a realidade é a morte.