Admirar a morte torna o nada passivo, desconfiado. Nadando no meu amor, não me afogo. Não desafogo meu coração. Amo no afogar do destino. Não é desafogo, é meu corpo como destino. O amor cessa o destino, torna-o admirável de ausência. Não tenho destino, tenho ausências de amor. Ausência é viver intensamente de amor. Amor é agonia. É tanto amor a amar, que não dá tempo. Viver elimina o amor distante do tempo. Nada se pode fazer sem amor. Vida e morte são almas gêmeas que se confundem de amor. Não existe consciência, existe relação que se relaciona sem consciência. A consciência é amor, amor que existe até na inconsciência de morrer. Morrer não é a morte.
