Leio a vida pela alma. A alma me faz ter vida. Tocar-me é necessitar tocar a morte, é deixar meu corpo na morte de alguém. Não sei ter corpo, não sei ter alma. Sei apenas tocar a morte. É como não haver renúncias, nem vida, nem morte. Há apenas a leitura da alma: o silêncio. O silêncio me toca. É como se houvesse um corpo de lágrimas em mim, por mim. O céu é um desejo, uma maneira de ficar perto do mundo. Longe do mundo é o meu nascer. E se o mundo for o meu nascer? O que significa nascer? Ser eu não é nascer. Nascer é a fraqueza do espírito em mim. A saudade de mim é a eternidade.
