Blog da Liz de Sá Cavalcante

Uivando a dor

O interior é o desconhecido de mim. Tocar o desconhecido é ser íntima da minha alma, do meu adeus à vida. Nada é, assim o adeus não tem de quem se despedir. O adeus nunca é uma despedida, é o que construí pela força de um adeus. Eu jamais viveria sem adeus, continuação da vida. Não preciso saber de que são feitos o Sol, o céu, as estrelas. Talvez sejam feitos do meu amor, do meu afastamento de mim, que sozinha sou eu. Eu, sem solidão, por ser só. Uivando de dor, percebo que sou apenas o uivo que esqueceu de me fazer morrer. A luz das estrelas cessa com minha morte.