Recuo no amor que sinto em mim, para me sentir inteiramente eu. Sou toda de corpo e alma. Com o papel da vida é feito o meu corpo. Ele rasga como corpo e alma. O sentir não tem direito sobre o meu corpo, o amanhecer, mas não controla a si mesmo. Recuar é perder o controle. O ser é apenas sujeito, personagem de mim mesma. Penso, mas posso acreditar na verdade de viver? São poucos os sentimentos, por isso são eternos. A saudade não é um sentimento, é apenas o que penso existir, sem existir. Antes de ser amor, a vida era a única razão de viver. Pensei ser feliz sem amor. A alegria não é um passatempo, é compromisso vital. Nada espero da alegria, nem mesmo ser feliz. Basta saber que ela existe. O silêncio de uma alegria é contemplação. Vivi dentro dos meus olhos e não sentia o pensar como vida. Pensar é vida? O silêncio é o não pensar? É o que está atrás de mim pela perda de sentir saudade? Deixo a saudade para o Sol, o céu, as estrelas. Eu me deformo de tanto amor, sem me desfazer.
