Blog da Liz de Sá Cavalcante

O mar do amor

O pensar com imagem é amor. A imagem do amor é o nada. A falta de imagem é o amor. Com imagem, sem imagem, o amor é visto. Ver o amor isola a alma no ser. As imagens da alma são o movimento da alma. O mar, fim da consciência de alma. A imagem da solidão constrói-se sem alma. A desconstrução da alma também é só. O amor é a insegurança do mar em um mar de amor. Desistir do amor é amar apenas em mim, onde não existe mar. Desistir do que não existe é falta de ilusão. Criar é dar amor à vida. Não existe amor sem criação. O mar se envolve no não criar. Criar é a impossibilidade de ser. Criar a mim mesma é o impossível da impossibilidade, fazendo-se Sol. A seriedade do Sol é o seu sorrir, é amanhecer na alma. O Sol nem sempre é Sol, poesia. Às vezes não é nada, resplandece no infinito, eterno, interno. Sem infinito, não existo. Existir é nunca viver. O mar sangra de vida. A força de não sonhar é o Sol no meu imaginar. Ausência, acontecer eterno, ilusão da alma. Vestida de alma sou a ilusão da alma, nunca seu amor. Mansidão das palavras nunca iludidas na ilusão, e sim na vida. A vida, véu do amor. Escondido, o amor não se exclui do seu esconder. Nada na alma, apenas amor. A alma não sai de dentro de mim, escrevendo, falando. Conservar a alma em um esquecer de amor. Ver o ver mata antes de esquecer.