O que perdi do céu, das estrelas foi a consciência do nada. O depois é um Sol a acolher a morte sem braços, que abraça a morte para esconder o seu silêncio, assim como um único Sol é um jardim onde as flores são o pensamento. Ainda vivo trazendo o bem em alegrias diversas, no céu ou no mundo. A morte é uma porta nunca aberta. O princípio é o fim. Um corpo dentro de outro corpo é a morte, é ficar firme no possível. As flores superam a alma. Se as flores não pudessem existir, a alma seria uma flor, uma lembrança, um gesto, um olhar, por isso nada fica marcado na alma. Não há registro da alma na memória. A cor do infinito é sem céu. A morte não é estranha, é vazia. O céu é por onde me vejo no mundo. Não há distância que separe o céu das estrelas, apenas o mar se afasta do céu, como uma resposta ao tempo. O amor é uma estrela para as estrelas. Pensar é a minha eternidade. A vida é a existência de Deus; a existência do ser é Deus. A existência é o existir sem fim. A noite cai na alma para haver pensamento. A noite se ergue da alma no sonho. Não tenho sonhos, tenho alma. Não preciso sonhar.
