Blog da Liz de Sá Cavalcante

Transferência

Abandono-me ao pensamento, não consigo transferir-me ao pensamento. Falta o vazio da alegria, na extrema unção das estrelas, na sua paz sem paz, onde a estrela é mais do que uma estrela, é uma agulha na alma, é o vir a ser sem o depois, perdido no horizonte do pensamento. As estrelas se dizem especiais para o meu esquecer. O tempo é a lembrança de Deus. Abençoa a bênção, devolve-me as minhas lágrimas de alegria no sono profundo de Deus a me despertar. Palavras de céu se unem às palavras da vida. Tudo é quieto no mundo sem o meu interior. Deixa-me na saudade de ontem para eu ser rasa como a morte. Sentir faz eu escapar como uma estrela que permanece. Cada alma tem sua estrela, cada céu tem o infinito diferente. O amor é o fim do infinito. Morrer é a paz do infinito. Olho para mim, vejo apenas o infinito. O infinito é a aparência ausente. Tudo se explica em aparência. O amanhecer definha em amor. O que está guardado é esquecido. Amor é conhecimento. Tudo sei do amor, e o amor sabe de mim. Nada no saber é real. Acostumei-me a não saber a realidade. O peso da cruz é o meu ser.