A morte é consciência individual. Incluir a morte no coração é paz no céu. Encontrada pela morte, como se eu fosse meu olhar desaparecido a boiar de sangue. Sonho com o nada, acordada de alma. A morte viva é minha alma. A alma não sabe ser alma. Não sei ser eu – adivinho-me nos outros. Eu nos outros, minha separação de mim no outro. A vida não se decide, se é vida ou ser. Ser. Procuro me parecer com a vida, mas ela não deixa. Um céu de neve envolve minha tristeza. Desci da morte para o céu. O céu amadurecido em estrelas é levado pelo vento por esta solidão eterna. Tudo o que existe é a consciência sem ser, sem vida. Solidão sem solidão é o tempo nefasto. Acordar no nada é melhor que o tempo existir. Minha força é fraqueza da alma. A alma faz a vida acontecer sem ela. Há outro de mim em mim, que não quer sair de mim. A alma é a desrazão pura que a razão necessita. Solidão sem solidão é sem desrazão, sem razão. Tudo pode ser evitado na solidão, onde a solidão abandona o sem solidão. Ouvir é só ser.