Não tenho corpo ao voar nas asas de um sonho, a amparar minha morte no amor eterno. Eternidade é ver a eternidade no amor que sinto. Isolo meu pensamento de mim. Deixo-o só, abandonado: estimula o amor. Há estrelas que são pensamentos onde não sei agir. Nunca penso; venero. Admiro, e isso é tudo. O mundo é leve. Como me deixar cair? Não dá para cair em mim. Não me levanto do abismo. O que é bom para mim é bom para a vida. Vivo em sonhos. Como é possível não sentir falta da vida? O que é a falta? Um possuir eterno? Um acolhimento? O espírito do sonho é minha morte. O nada do espírito é o ser. A solidão é o não sentir falta do amor, da minha voz, do meu ser e, ainda assim, não desaparecer. Estou viva pela falta de vida, de amor. Por nada ser o distante, tornou-se perto: pela minha indiferença de mim. Tanto faz estar viva ou morta.