Blog da Liz de Sá Cavalcante

Ver é acreditar

O outro não é minha morte. A minha inferioridade é a saudade de mim, sem retornar ao nada. Ver é acreditar mesmo no ver. Não que o ver é, mas o mundo que deixei no ver não tem resultado. É mundo de si mesmo. Ver é acreditar, mesmo que acreditar seja nada. O fim do acreditar é a vida. Sem a ilusão do corpo posso morrer. A história do morrer é a sensibilidade em morrer. O nada é sem buracos. O ser é um buraco. Nada sendo o buraco se torna um ser. Se a vida me diz, eu não escuto o viver. Não se pode piorar a vida. A aspereza da vida amacia-me. Solto o Sol do céu. Ele quer apenas a presença das minhas mãos, que se aliviam em seu calor. Ver é acreditar sem Sol, estrelas, mundo, apenas o existir e eu.