Blog da Liz de Sá Cavalcante

O habitar da pele

O habitar da pele é inconsciência de mim. O enfraquecimento da alma é o espírito nu, como veio ao mundo. Não posso me despir do espírito. O espírito do mundo é minha alma. Espírito é me alimentar de alma o desencanto sou eu sem esperar por mim. O meu ser conhece minha alma. Minha alma me conhece poeticamente. Sinto os passos da alma em mim. A imaginação não cria, imagina, pela falta de vida, que é a imaginação, se contenta a imaginar, sem ter vida. Tentei dar minha vida à imaginação: apenas esvaziei o silêncio interior da morte. Para ver se algo me diz algo, mesmo que não seja a morte. Morrer no silêncio é não morrer. Viver no silêncio é não morrer. Viver no silêncio é morrer. É morrer no amanhã do hoje. Hoje sem o morrer não é hoje, nem amanhã é o tempo abandonado. Posso fazer do hoje o amanhã na poesia. Tem suspiros que são mais do que amanhecer, são vidas. A alma liberta o irracional do mundo dentro do mundo. Não se pode ter a alma da noite. A noite possui minha alma. O silêncio abstrai a vida, o imaginar, mas não abstrai a inocência de ser feliz, como se a minha alma, fosse descoberta no amor. Nunca descobriu minha alma em mim. Tudo que sei é amor. O amor tudo levou de mim. O amor sem amor é ausência, é o céu interior. O nada resgata a minha pele como falta de mim. Antes de consertar o nada, conserto a vida. O universo é a vida.