Blog da Liz de Sá Cavalcante

Silêncio finito

O fim do silêncio sou eu. O silêncio ocupa a alma. Tenho mais alma em mim do que ser. O ser nada significa na alma. Sem alma, vivo. Nada na alma mantém a pele sem estar rasgada. O tempo se esquece na minha pele. A alma cessa na eternidade sem tempo. O tempo não deixa a saudade partir. O hoje importa na saudade do que não pode ser, do que não é. A saudade mantém viva a esperança, falta esperança na imagem da vida. A imagem do real distorce o real. O ser da esperança é a minha dor. A dor é impenetrável. Silêncio não é concordar com a vida. Pelo nada, o infinito se vê no fim da falta do fim. Ver não é o fim. O céu, as estrelas, é o retorno do fim, do nascer, do ter. Aparecer sem estrelas, é transcender. O silêncio, fim das estrelas, começo do mundo.